H.D.P.A : UM PATRIMÔNIO EM AGONIA

ESTE BLOG TEM POR FINALIDADE PRINCIPAL COLABORAR NA RECONSTRUÇÃO DO HOSPITAL DOM PEDRO DE ALCANTÂRA COMO UM PATRIMÔNIO DA NOSSA REGIÃO LIVRE DE INTERESSES POLÍTICOS E, QUE SEJA UM HOSPITAL AUTO-SUFICIENTE E QUE VENHA A PRESTAR UM SERVIÇO ÉTICO E EFICIENTE À NOSSA COMUNIDADE .

sábado, setembro 08, 2007

SISTEMA SUS, O PLANO IDEAL QUE FUNCIONA MAL







É, o SUS, considerado um excelente sistema de saúde pública.

Mas porque não funciona bem, na sua totalidade? Consideramos a má influência política, a política equivocada de saúde pública que privilegia a indústria da doença, a ação dos lobistas de grupos empresariais médicos, a formação do profissional médico e a falta de padronização de condutas e tratamento médico, como os principais fatores que contribuem para o péssimo atendimento pelo sistema SUS, em quase sua totalidade.

O plano é excelente, mas a política do Ministério da Saúde (Deveria ser nominado Ministério da Doença) é equivocada quando privilegia a medicina dita curativa e não investe substancialmente na Medicina Preventiva.

A tabela de honorários médicos para os procedimentos básicos de saúde, como consultas, exames laboratoriais, RX, cirurgias de pequeno porte e de média complexidade e as diárias hospitalares são defasadas e levam as instituições, verdadeiramente filantrópicas, à falência.

Ao passo que estes procedimentos básicos são mal remunerados, os procedimentos explorados por empresários da medicina são muito bem remunerados e possibilitam a estes empresários ganhos extras nas negociações com os fornecedores de próteses, órteses e outros insumos, como por exemplo, na comercialização de stentes, próteses ortopédicas, medicamentos oncológicos e outros.

A comercialização destas próteses e medicamentos remunera bem mais do que o procedimento médico em si, diferença essa que contribui substancialmente para distorções que vão desde as indicações de tratamentos médicos e cirurgias questionáveis, como alguns tratamentos oncológicos, hemodiálise e cirurgias com uso de próteses cuja indicação em alguns casos não se justifica ou poderiam ter uma alternativa com menor custo.

Temos também a questionar as constantes campanhas publicitárias para exames de diagnóstico de alta complexidade que são remunerados substancialmente pelo sistema SUS, há na realidade, nestas campanhas, interesses comerciais quando não, políticos.

Um exemplo na nossa cidade, a própria prefeitura aliada a grupos empresarias médicos que exploram a doença, promovem campanhas para realização de mamografia, mas não viabiliza com a mesma facilidade, na rede básica procedimentos médicos, como punção e pequenas cirurgias de mama.

Faturam os empresários que exploram a doença, fatura politicamente a prefeitura, mas, a paciente cuja mamografia detectou alguma alteração que venha a necessitar uma punção ou pequena cirurgia mamária, tem grande dificuldade para ser atendida pelo SUS via prefeitura. Está certo?

Caberia ao Ministério da Saúde, ao Governo Estadual e Municipal juntarem forças para equacionar os gastos com o controle das doenças. Investimentos na medicina preventiva, no saneamento básico deveriam ser priorizados.

Mais incentivo e treinamento para os profissionais da saúde que trabalham nas ações básicas à saúde e em especial aos profissionais que estão lotados nos Planos de Saúde Familiar- PSF.
Incentivar e remunerar melhor às verdadeiras entidades filantrópicas, dotando a elas, condições de explorar os procedimentos de alta complexidade, como oncologia, banco de sangue, hemodiálise e cirurgia cardíaca.

Os grupos médicos que exploram a doença são privilegiados na remuneração e cabe à rede pública estadual e municipal o ônus de bancar os procedimentos que são mal remunerados, chama-se a isso: distorção e má distribuição dos recursos públicos, ou corrupção.

Vejamos o caso da hemodiálise, os grupos que exploram estes serviços são formados na sua grande maioria por empresários e o atendimento é feito em clínicas que não dispõem de atendimento hospitalar.

Estes pacientes são muito debilitados e freqüentemente são atendidos em hospitais públicos, como o Clériston e H.D.P.A., que não são credenciados pelo SUS para esse tipo de atendimento, mas, por outro lado, mantém estes pacientes para ser atendidos por estes empresários que serão bem remunerados.

Solução? Estes hospitais deveriam ser credenciados pelo SUS para prestar este atendimento, hemodiálise, e toda clínica de hemodiálise deveria ter atendimento hospitalar que fosse remunerado pela tabela SUS.

Da mesma maneira, existem hospitais privados que se dizem filantrópicos, e não são, gozam das vantagens como instituição filantrópica, prestam serviços pelo SUS que remuneram melhor, como transplantes de órgãos, cirurgia cardíaca, radioterapia e quimioterapia oncológica, mas não prestam a estes pacientes o atendimento médico básico e de média complexidade.

Como por exemplo: Hospital Português, Espanhol, na Bahia , Albert Sabin e Sírio Libanês, em São Paulo. Porque as Santas Casas não têm prioridade nestes credenciamentos?

Não é justo que só os empresários que exploram e lucram com a doença sejam beneficiados e os hospitais públicos e Santas Casas tenham prejuízo para manter o lucro destes empresários.

Em fim, são muitos os fatores que contribuem para a falência do sistema público de saúde, bem visível, principalmente, nas emergências dos hospitais públicos sempre superlotados, dificultando um bom atendimento.

Eduardo Leite

domingo, setembro 02, 2007

NÃO HÁ CRISE SEM CAUSA. A CRISE DA SAÚDE PÚBLICA TEM CAUSA, PAI E MÃE, E O NOME É CORRUPÇÃO.



Hoje, 1/9/2007, no HCA foi operado um paciente que tentou atendimento médico em Salvador e não conseguiu, num dos grandes hospitais da capital faltou anestesista, os demais estavam superlotados.

Apesar de todo empenho da Secretaria da Saúde, SESAB, do qual sou testemunha, resolver em curto prazo esta herdada crise é uma missão impossível.

O orçamento estadual, fruto do governo passado, engessa o Estado para disponibilizar verbas que possam permitir a construção, ampliação e reforma da rede hospitalar, esta, na sua maioria sub dimensionada e em precário estado de conservação, o Hospital Clériston Andrade em Feira, é um exemplo.

A crise é antiga e vai desde a formação do médico, salário e motivação no local de trabalho para todos os servidores da saúde, desde o humilde servente ao graduado doutor.

A saúde pública no Brasil, em especial no nordeste, passou a ser manipulada, disvirtuada e transformada em moeda política eleitoreira.

Na Bahia, por malvadeza ou completa ignorância administrativa, um excelente plano de expansão da rede hospitalar pública, iniciado e elaborado pelo ex- governador Roberto Santos, não teve continuidade pelo seu sucessor, o falecido senador Antônio Carlos Magalhães.
A descontinuidade deste plano resultou numa rede hospitalar subdimensioda e servidores com salários aviltantes.

A falta e investimento público em saneamento básico, na rede básica de saúde em especial nas cidades de médio e pequeno porte contribuíram bastante para este caos.

Como se não bastassem estes graves problemas administrativos e de planejamento, diretores e secretários de saúde corruptos, participaram como colaboradores diretos para que chegasse a este estado caótico.

Os governos federais também têm a sua parcela de culpa, quando não apuram devidamente os constantes casos de corrupção ativa e a má distribuição de verbas federais.

O SUS é mau pagador para as ações básicas e de média complexidade, mas é bom remunerador aos grandes grupos médicos empresariais que exploram banco de sangue, oncologia, hemodiálises e procedimentos médicos que envolvam próteses e órteses.

Estes procedimentos representam mais de 67% do orçamento do Ministério da Saúde. E, são constatados fraudes e desvios em muitos destes procedimentos explorados por estes empresários que mais parecem uma máfia organizada, com raras exceções.

Nos últimos vinte anos, na Bahia, montou-se na SESAB uma verdadeira quadrilha onde grupos médicos foram privilegiados com credenciamento pelo SUS e pelo PLANSERV sem obedecer às prioridades de cada cidade ou região.

Em especial na ortopedia, razão pela qual há fortes suspeitas no excessivo número de cirurgias ortopédica com próteses paga pelo SUS, superando até o populoso estado de São Paulo.

Alguns diretores de DIRES e de hospitais do estado utilizaram as mais diversas práticas ilícitas para se beneficiarem financeiramente e/ou politicamente.

Se o Ministério Público Federal e Estadual rastrearem a origem das fortunas destes ex-dirigentes encontrarão muita coincidência, apesar de muitos tentarem ocultar os rastos das suas roubalheiras, muita coisa poderá ser descoberta.

No HCA, estamos apurando muitos destes desvios e com certeza a polícia será chamada e a justiça irá julgar os responsáveis por estes desmandos.

Para citar um exemplo de desmando administrativo na SESAB-Gov passado, um ex-diretor da DIRES, que já foi diretor do Hospital da Mulher, que começou a vida há mais ou menos 20 anos como responsável pelo banco de sangue do Hospital Dom Pedro, cujo Provedor era o atual Prefeito e que depois o nomeou como diretor do HDPA, provavelmente, foi o responsável pela sua ida para 2ª. DIRES e que depois ficou à disposição do Clériston, acumulando dois vínculos trabalhistas e que recebeu religiosamente por estes dois honorários por dez anos sem nem mesmo ir ao hospital.

Com a minha nomeação para a diretoria do HCA, tentou este senhor, ser transferido à disposição da Prefeitura, para continuar recebendo dinheiro estadual e federal sem trabalhar, não permiti e jamais permitiria tamanha imoralidade administrativa.

Este servidor que quando iniciou-se como responsável do banco de sangue do HDPA, cujo sangue a ser transfundido por sofrer exaustiva retirada de plasma e outros elementos de coagulação, e que, dizem, estes elementos de coagulação eram comercializados no exterior o que gerava substanciais lucros ao seu proprietário.

Esta prática resultava num concentrado de hemácias tão pastoso que era muito difícil de ser transfundido, motivo de muitas queixas por parte dos anestesistas e cirurgiões, quando necessitavam transfundir sangue aos pacientes.Depois da nossa intervenção isto deixou de acontecer.

Este senhor é hoje, graças às suas passagens por órgãos públicos e suas amizades e associações comerciais no ramo médico com homens que se dizem públicos e que já ocuparam e ocupam significativos cargos na esfera municipal e estadual, um dos maiores exploradores do ramo empresarial médico na Bahia.

Está inclusive, atrás dos destinos do HDPA onde, está construindo dentro do HDPA uma clínica de oncologia, cuja remuneração pelo SUS é por demais disputada por estes segmento de exploradores empresariais do ramo médico.

A classe médica não comprometida com o empresariado médico sempre questiona porque o HDPA não desenvolveu seu lucrativo banco de sangue? Porque o HDPA não explora o lucrativo serviço de oncologia? Porque o HDPA tem que se juntar a estes empresários?

Como a oncologia e o banco de sangue remuneram bem pelo SUS estes empresários ávidos por dinheiro público pozam de bons moços e procuram associar-se aos poderosos da política para conseguirem os seus objetivos financeiros.

Este senhor a qual me refiro acima , chama-se José Antônio Barbosa e está respondendo a dois processos administrativos, um no HCA e a outro no Ministério da Saúde por estar recebendo indevidamente honorários sem trabalhar, há mais de dez anos.

Estamos também investigando desvios de contraste do HCA para a sua clínica de radiologia IHEF, cuja toda cidade, sabe-se que apesar do convênio com o SUS cobra indevidamente por contraste radiológico.

Tem muito mais gente envolvida e serão também denunciados, pois, se numa unidade hospitalar tem um servidor que recebe sem trabalhar, os responsáveis pelo abono das suas faltas devem responder por estes desvios.

Medidas serão exigidas para que estes recursos públicos indevidamente pagos sejam devolvidos com juros e correção monetária.

A classe médica está desmotivada e tem suas razões, aproveitando-se desta classe desmotivada, indivíduos infiltrados sob orientação destes ex-servidores corruptos procuram incitar os médicos à greve, quando não, a faltarem aos plantões com falsos atestados.

Temos certeza que a SESAB, agora, sob o comando do Dr. Jorge Solla, poderá acabar com este caótico quadro de saúde pública no nosso Estado.

Mas, para o êxito desta administração o Governo do Estado não poderá medir esforços nem recursos e toda a classe política deve lutar unida para que a SESAB tenha o êxito esperado por todos os baianos que realmente amam a Bahia.

Eduardo Leite

sábado, agosto 25, 2007

NA DISPUTA PELO HDPA, TODOS SAEM PERDENDO.




A assistência médica pública nunca foi tão usada como moeda política, como nestes últimos 30 anos, infelizmente.


Em 1977, Feira de Santana tinha 120.000 habitantes e aproximadamente 48 médicos,hoje, tem mais de 500.000 habitantes e é referência em medicina para mais de 3.500.000 de pessoas.Tanto a rede hospitalar pelo SUS e particular não acompanharam o crescimento de Feira e região, resultando em hospitais superlotados .

Os investimentos em saneamento básico, medicina preventiva e atendimento básico à saúde, sempre foram insuficiente e de má qualidade.

Para encobrir estas deficiências, hospitais subdimencionados e ambulatórios foram construídos, coincidentemente, muitos, inaugurados em véspera de eleições.

A falta de investimentos substanciais em medicina preventiva, a formação equivocada dos médicos, a influência comercial da indústria farmacêutica junto aos estudantes de medicina e aos médicos formadores de opinião, a falta de padronização de condutas e tratamentos médicos, a priorização de procedimentos de alta complexidade e tratamentos médicos em cirurgia cardíaca, hemodiálise, oncologia, transplantes e próteses especiais, bancos de sangue, todos estes fatores contribuíram substancialmente para que os hospitais públicos e privados tivessem um aumento no atendimento de urgência.

Hospitais com muita procura é prova evidente de um atendimento básico precário que só favorece a indústria da doença e aos grandes grupos empresarias que exploram os serviços de alta complexidade bem remunerados pelo SUS.

Estas distorções têm que ser corrigidas pelo poder público e a rede nacional de Santas Casas de Misericórdias e outras instituições verdadeiramente filantrópicas devem ser priorizadas e ter um controle efetivo pelo Estado.

Aqui, em Feira de Santana, o Hospital Dom Pedro de Alcântara, nos últimos trinta anos, praticamente, serviu de moeda política para o atual grupo político, que além de levar o hospital a uma situação de inadimplência, privilegiou e ainda privilegia, vide convênios, a grupos empresariais da oncologia, cirurgia cárdica e dos procedimentos de meio de diagnóstico de alta complexidade.

Com recursos federais o H.D.P.A. foi modernizado e encontra-se, praticamente, com mais de 50% da sua capacidade ociosa, sem pagar os salários atrasados dos funcionários. Como se não bastasse, o governo municipal dificulta ajuda estadual e federal para a reestruturação do H.D.P.A.

Logo quem é o grande mentor deste lamentável entrave político? O Prefeito José Ronaldo, que, todos sabem foi o grande beneficiado político que como gerente, depois, diretor geral do H.D.P.A. e provedor, iniciou-se com sucesso na carreira política.

Não acredito que o Prefeito José Ronaldo,seja o mentor destas atitudes incoerentes em relação à Secretaria de Saúde do Estado e ao H.D.P.A, por vontade própria.
Com certeza, uma minoria do seu grupo político ,este, provavelmente, defendendo os interesses comercias de determinado grupo empresarial médico que, com certeza, só está interessado em lucrar às custas da Santa Casa, apenas, o que nos deixa revoltados e decepcionados.

Enquanto estes entraves políticos persistem, a assistência médica hospitalar na nossa região continua cada vez mais precária e, o que é pior: vítimas inocentes morrem por falta de leitos hospitalares.
Eduardo Leite
eduardoleite@gastroajuda.com.br

domingo, agosto 05, 2007

VIA VERITAS ET VITTA



O caos na saúde pública é uma realidade lamentável que cada vez mais fica difícil de ser solucionado.
Sempre debatemos estes assuntos em jornais, rádios e no nosso blog
www.eduardoleite.blogspot.com e www.hospitaldompedro.blogspot.com e acreditamos ser a formação do médico o grande fator que contribui para este caos aliado à equivocada política de saúde onde a medicina preventiva é tratada com poucos recursos mas, a medicina dita curativa é mais valorizada e, mesmo assim de forma equivocada na maioria dos governos quer federal,estadual ou municipal.

É costume inaugurar postos de saúde e hospitais em vésperas de eleições, mas, não se investe na formação destes médicos que irão atender nestes postos e hospitais.

Em Feira, recentemente, foi inaugurado o Hospital da Criança que não atende emergência e cuja capacidade operacional é limitada mesmo para procedimentos eletivos.

Da mesma maneira como foi inaugurada uma caríssima UTI no Hospital Clériston Andrade, mas quando chove tem mais goteira do que promessa em palanques.

Tem uma unidade hospitalar de maternidade, mas não tem UTI para as mães de alto risco. O hospital Dom Pedro de Alcântara, todos sabem, sempre foi explorado e servido por políticos ávidos por votos e cegos às necessidades sociais.

Porque o Hospital Dom Pedro de Alcântara ao longo dos últimos trinta anos não investiu em Banco de Sangue, lucrativo empreendimento mesmo pelo SUS , assim como Hemodiálise, Cintilografia do Miocárdio, Oncologia, Cirurgia Cardíaca?

Poderia, também, os senhores Provedores da Santa Casa, terem investido em outros meios modernos de diagnóstico como Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Ultra Som e Ecocardiograma.
Destes Provedores um só pensou assim, mas esperava contar com a ajuda do governo estadual, só que não contou, ficou mais de um ano sem pagar aos funcionários. Seu grande equívoco que levou a uma intervenção estadual.

A intervenção Estadual teria tido resultado positivo se a Santa Casa não fosse entregue a políticos mas, infelizmente, foi.

Agora, o esquecido Dom Pedro (HDPA) é querido e disputado por grupos empresariais médicos ligados à Oncologia, Banco de Sangue e Cirurgia Cardíaca.

Mesmo contando com a ajuda do Governo estadual na pessoa do Ilustre Secretário da Saúde Dr. Jorge Solla, inexplicavelmente, segundo dizem, a Mesa Diretora da Santa Casa, recusa uma ajuda de mais de 300.000,00 reais/mês, referentes a pagamento de mais de 21 médicos e medicamentos.
Ajuda Estadual que poderia ser aumentada segundo afirma o Secretário Estadual da Saúde, Dr. Jorge Solla. Só há uma resposta: o Estado, através da Universidade Estadual, seria, com certeza, um entrave aos interesses de grupos médicos supracitados e a políticos insensíveis à causa social.

É importante lembrar que o único Provedor da Santa Casa, conseguiu junto ao Governo Federal mais de seis milhões de reais para dotar o HDPA de equipamentos de ponta além de implantar uma moderníssima UTI e reformar as enfermaria e tentar construir um moderno Centro Cirúrgico.

Acontece que esta verba é Federal e deve ser disponibilizada para o povo carente que só pode contar com o SUS e isso será cobrado, estaremos amanhã, 6/08/2007, solicitando aos ilustres Promotores da esfera Estadual e Federal, providências para que este absurdo impasse não venha a vitimar mais pessoas inocentes e vítimas de insensibilidade por parte de políticos e empresários médicos que só pensam em aumentar suas fortunas sem pensar num equacionamento racional e justo da medicina.

Enquanto os homens e mulheres insensíveis impedem a união do HDPA ao Hospital Clériston Andrade, muitas pessoas são mal atendidas e até ficam sem serem atendidas podendo até morrer à porta dos hospitais, como recentemente morreu uma senhora de mais de 89 anos, indevidamente transferida de um hospital de Itaberaba, para o Hospital Clériston Andrade.

Eduardo Leite eduardoleite@gastroajuda.com.br

sábado, maio 12, 2007

A QUEM INTERESSAR POSSA, SOBRE ÉTICA ,DEVANEIOS E CAIXA PRETA.



Recebi hoje pela manhã um telefonema de um querido parente alertando-me sobre uma reportagem que acabara de ler no Jornal A TARDE (12/05/07).

Até então, não tinha lido a referida reportagem onde sou citado, sobre denúncias referentes ao deficiente sistema de assistência médica, SUS, prestado em Feira de Santana.

Sou médico formado pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, cirurgião, gastroenterologista e pós-graduado em Psicoterapia Analítica Junguiana pelo Instituto Junguiano da Bahia.

O exercício da medicina me obrigou a estudar muito para entender o ser humano, pois aprendi que os médicos sabem muito sobre doenças e pouco sobre o ser humano.

Por achar que o ensino médico estava equivocado, há muitos anos sempre fui um crítico a respeito desta metodologia de ensino que, graças a Deus, está mudando, não só no Brasil como nos países de primeiro mundo.

Quem foi meu aluno de internato e residente de cirurgia geral nos vinte anos de ensino, no saudoso Hospital Getúlio Vargas, Hospital Santo Antônio (Irmã Dulce), Hospital Dom Pedro de Alcântara e Hospital Clériston Andrade, sabe da importância que era dada sobre a ética do exercício da medicina e a importância social do médico na sociedade.

Os médicos que me conhecem ou convivem comigo, sabem da minha conduta ética e da minha posição sobre a nossa classe.

Sobre a reportagem tenho algumas considerações a fazer:

1-É referido que: ``Há dois anos que Eduardo Leite vem observando (o destaque é nosso) as relações de José Antônio Barbosa com a política-partidária e seu sucesso empresarial do colega``.

2-Citando Otto Alencar: ``Eu também sou médico e acho que a primeira conduta que devemos ter é a ética, só falando de um colega com provas``. (o destaque é nosso).

3-O prefeito reage afirmando que `` tudo isso é ficção e devaneios. (o destaque é nosso) não fiz contrato nenhum. ``

4-Citando a secretária de Saúde a enfermeira Denise Mascarenhas: ´´Estou absolutamente tranqüila. Não há caixa preta na gestão do SUS em Feira de Santana``, afirma.

Sinto-me na obrigação de esclarecer a todos estes questionamentos e abaixo seguem as minhas observações:

1-Não sei o que o repórter quis dizer com este observando. Não é do meu feitio nem tenho tempo para estar observando o sucesso de alguém, muito menos o insucesso quer empresarial ou moral de quem quer que seja.

O que tem sido uma constante na minha vida profissional e como cidadão é protestar sobre os absurdos que existem na política equivocada na saúde em geral (pública ou particular).

E estas minhas observações vem deste o tempo em que eu era estudante de medicina, estamos então falando, de quase 40 anos...

Agora, que há uma discussão pública, será muito oportuno para todos os interessados observar a trajetória do referido empresário com os cargos públicos que desempenhou e suas amizades e relacionamentos com governantes e o seu desenvolvimento empresarial.

2- Já respondi, em parte, a esta observação, mas, será sempre oportuno, principalmente no momento político crítico em que estamos vivendo, com tanta corrupção, discutirmos não só a ética como o cooperativismo.

Assim como muita coisa deve ser modificada no nosso judiciário, em especial, no tocante às provas e às evidências.

O que a sociedade está estarrecida é como o sistema judiciário beneficia os poderosos e penaliza os menos favorecidos.

Equívocos esses, que resultam na valorização da omissão, do deixa prá lá, não vai dar em nada, não mexe com esta gente, vai cuidar da tua vida, podem te processar, podem até te matar e por aí vão as desculpas de uma sociedade cada vez mais submissa, omissa e covarde.

3-Comecei a minha vida profissional junto com o prefeito José Ronaldo em 1977 no Hospital Dom Pedro de Alcântara.

Tenho por ele amizade e admiração, considero-o, pelo conjunto da sua obra, o melhor prefeito que posso analisar nestes 30 anos em que estou em Feira.

Mas, no tocante à saúde não vejo diferença em relação aos que o antecederam, pois, todos esses prefeitos apenas dão seguimento a uma política de saúde equivocada que beneficia a indústria da doença e não investem em prevenção.

Sempre fui crítico em relação ao seu período como provedor da Santa Casa de Misericórdia, onde o seu sucesso político foi alcançado e a decadência desta importante instituição tomou corpo e vulto, de difícil solução.

Decadência essa, que aumentou e aumenta em muito o sofrimento dos quase quatro milhões de habitantes que ainda têm em Feira de Santana, como referência médica.

Em relação ao contrato, que beneficiava os grupos privados de oncologia e procedimentos de alta complexidade, o mesmo não foi assinado, acredito, por causa dos alertas que foram dados contra estes equívocos.

4-Conheço muito bem e admiro a secretária da saúde, enfermeira Denise Mascarenhas, e, acredito que não há caixa preta na secretaria de saúde, na definição de desvios de recursos ou outras falcratuas. Ela jamais compactuaria com estes desvios de conduta, muito menos o prefeito.

Mas há uma caixa preta no tocante à política de saúde na nossa cidade e não vem de hoje.
Fique bem claro que ``caixas pretas´´não se caracterizam só quando há desvios de recursos públicos.

A má aplicação das verbas públicas são desvios a serem erradicados, então vamos discutir quais são as prioridades nesta importante secretaria.

E, sobre estas irregularidades, venho denunciando há muitos anos, sobre forma de artigos, palestras, na sala de aula e quem estiver interessado pode acessar os blogs: www.eduardoleite.blogspot.com www.hospitaldompedro.blogspot.com ou no site www.gastroajuda.com.br

Em relação à oportuna matéria, faltou referir que há muitas queixas, via programas de rádio, de que há cobrança de contraste para tomografia e ressonância magnética pela empresa do empresário citado, e que esse fato por si só é um elemento alocado na referida caixa preta.

Nunca houve de minha parte críticas ao nível profissional deste grupo de médicos, cuja capacidade profissional honra o exercício da medicina e presta excelentes serviços não só à nossa cidade, mas à Bahia.

Finalizo com mais estas considerações:

Acredito em Deus, acredito no poder do amor, com a mesma intensidade que acredito que existem muitas pessoas boas, honestas e desprovidas de vaidades em todos os segmentos da sociedade.

Acredito numa medicina voltada ao homem como um todo e, não apenas como um meio de vida ou lucro.

Acredito que há muitos homens e mulheres de bem que não concordam com os desmandos que existem na área da saúde, da educação e no judiciário.

Acredito também que somos todos irmãos e por isso não devemos pensar só em nós, nos nossos filhos e nos nossos amigos e que a omissão é a desculpa dos pobres de espírito e descrentes na justiça.

Novos tempos virão, faz parte do crescimento existencial da raça humana.
VIA VERITAS ET VITTA.


Eduardo Leite

eduardoleite@gastroajuda.com.br

domingo, abril 08, 2007

H.D.PA. 50 ANOS DE AGONIA .


Gostaria muito de escrever estas considerações com outro título. Mas a realidade, só nós leva a esta constatação.

Este hospital ao longo da sua fundação há exatos 50 anos, foi de fundamental importância para a assistência médica Feira e muitas cidades do sertão da Bahia.

Sou testemunha destes trinta anos passados, da sua lenta agonia e espoliação política, esta, a grande responsável pela sua decadência.

Os planos da atual administração em vender o estratégico terreno ao lado do hospital (Campo do SP), para pagar dívidas e fazer um novo pronto socorro além de imaturo é suicida.

O HDPA não pode ter pronto socorro pelo SUS. O atendimento de emergência pelo SUS deve ser exclusivo do Hospital Clériston Andrade, pois, só o governo estadual, tem condições de bancar uma remuneração negativa como é a energência-SUS.

Tenho alertado sobre os absurdos cometidos ao longo dos últimos trinta anos no HDPA, sobre todos estes enganos e espoliação a que esta importantíssima instituição tem sido vítima.

Queira Deus eu me engane mas, sou obrigado a constatar: O HDPA não voltará a ser um Hospital Referência caso mantenha-se sobre tutela de políticos carreiristas, associado a médicos empresários que só pensam nos seus próprios lucros , e com atual política administrativa equivocada. Apesar da boa vontade do atual provedor Dr. Outran Borges e dos seus colaboradores realmente comprometidos com HDPA.

Eduardo Leite

eduardoleite@gastroajuda.com.br

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

VENDER UM TERRENO TÃO ESTRATÉGICO, NÃO É UM GRAVE ERRO?





Não seria precipitação? Este terreno é de vital importância para o hospital no tocante às futuras ampliações. Estaria então a Mesa Diretora da Santa Casa na contramão da lógica empresarial?

Em todo o país os hospitais estratégicos crescem e compram os terrenos vizinhos. Aqui, infelizmente, pretendem o contrário, lamentável.

Deveriam os Conselheiros, realmente comprometidos com as melhorias de o HDPA, tentarem os meios da boa negociação,levando em consideração que o HDPA é de grande importância para a melhoria do atendimento hospitalar, para mais de três milhões de pessoas pelo sistema SUS.

Seria uma oportunidade de ouro, negociar com os novos governantes, apoio logístico e financeiro para equipar e prover o HDPA de condições de tocar por seus próprios meios os ditos procedimentos de alta complexidade que, resultam em ganhos financeiros consideráveis, mesmo pelo sistema SUS.

Para isso,os Conselheiros da Santa Casa devem livrar-se dos cabrestos políticos que nortearam e levaram a Santa Casa ao lamentável estado de penúria e difícil recuperação.

Tememos, mais uma vez, pelo futuro desta importante Instituição que ao longo e mais de 30 anos tem sido explorada por homens que se dizem públicos e empenhados em causas sociais, ledo engano .

Sem falar nos empresários da medicina, preocupados ùnicamente, com o lucro fácil e sugar o sangue que alimenta esta importante Instituição, verdadeiros vampiros, sedentos e obviamente, sem escrúpulos.

Caso concretizem esta venda, esperamos que o dinheiro, seja para pagar os funcionários e que o restante seja disponibilizado para que o hospital promova por si só, os procedimento de alta complexidade como: oncologia, cirurgia cardíaca, transplantes, hemodiálise, banco de sangue e exames de imagem e laboratório.

Vender o terreno do campo do São Paulo e associar-se a empresários que só dilapidaram ao HDPA ,é ser duplamente irresponsável e inconseqüente.
Eduardo Leite
eduardoleite@gastroajuda.com.br

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Médico e motociclista. Este Blog tem por finalidade expor minhas idéias e pontos de vista sobre temas relacionados com a Medicina, Psicologia, Filosofia, Motociclismo e temas sociais.